Disputa Santos x Peñarol aberta e Neymar tem mais é que jogar bola

Foi um jogo bem disputado, com oportunidades de ambos os lados, principalmente do Peñarol, em atmosfera realmente futebolística, em estádio histórico e com torcida de verdade. Faltou o gol. Faltou mais futebol ao Santos, mas nada que desespere quem é apaixonado pelo time da Vila, afinal, esta foi apenas a primeira metade da decisão.

E na segunda metade os santistas terão uma vantagem, apenas uma: o campo. Vantagem meramente teórica, é bom destacar, afinal, nas três fases anteriores de mata-mata nesta Libertadores, os carboneros alcançaram, longe de casa, os resultados de que precisavam. E com direito a uma virada para 2 a 1 em cima do Internacional, em Porto Alegre.

Será fundamental para o Santos contar com o futebol de Neymar em grande jornada, algo que não aconteceu em Montevidéu. Esperar por Paulo Henrique Ganso a ponto de depender do camisa 10 é algo arriscado demais após a inatividade do talentoso meia. Já o jovem atacante, em forma e com ritmo de jogo, é o nome mais adequado para decidir.

Mas é bom que Neymar se preocupe em jogar futebol, o que ele faz como poucos. No Centenário levou cartão amarelo por simular falta. Ainda não consegui ver o tal toque do adversário que o teria feito sentir terríveis dores. Pode até ter acontecido, mas aí o santista pagou a conta pelo que ele mesmo construiu, em alguns casos com apoio de quem o cercava.

Sim, Neymar ficou manjado como cai-cai. Desmanchar tal fama leva tempo e, não se engane, árbitros mais atentos nesse tipo de comportamento levam esse currículo em consideração quando têm que tomar a decisão ali, na hora. Se ficar mais tempo de pé e preocupado apenas em jogar bola, Neymar apagará, aos poucos, esse rótulo que hoje o prejudica.

Também alega que o árbitro paraguaio Carlos Amarilla o ameaçou. Fica a palavra dele momentos após o jogo contra qualquer argumentação que o apitador guarani possa apresentar. Será que foi isso mesmo? Neymar não teria exagerado, entendido mal, ou apenas tentado desviar o foco? Sinceramente não sei, afinal, não vi tal diálogo.

Mas vi Neymar apresentar alguns lampejos. É pouco. Ele pode fazer mais, E o Santos precisa que seu principal jogador faça mais. Então, o melhor é esquecer o árbitro, lutar contra o vício de cavar faltas como se fosse um perna-de-pau cai-cai qualquer e decidir a Libertadores aos 19 anos. Dessa maneira, Neymar estará fazendo história.

AA

Carlos Amarilla observa o lance do qual participa Neymar: será que o paraguaio o intiidou mesmo?